Creio que posso começar este diário dizendo que esse foi o primeiro aniversário de nosso Si Gung, o Grão-Mestre Leo Imamura em que nosso Si Fu não compareceu.
O motivo: o melhor possível. Ele partiu para uma nova etapa nos Estados Unidos da América, tornando realidade o desejo do próprio Si Gung de devolver aos Estados Unidos o Ving Tsun levado para lá por Si Taai Gung Moy Yat e trazido por ele para o Brasil.


Em comitiva fomos os Si Hing Thiago Pereira, Claudio Teixeira, Si Jeh Maria Alice e eu.
Pegamos um ônibus às 11h30 e chegamos em São Paulo pouco antes das 18, como previsto. Gosto de observar que uma das coisas mais importantes em uma comitiva como esta é a administração do tempo.
Chegamos ao meu apartamento com folga para a preparação.
Em um clima bem leve e, ao mesmo tempo, de atenção. Saímos então para o restaurante Rubayat Faria Lima.

Antes do jantar, o Si Suk Franklin fez a apresentação do evento, abrindo o microfone a todos os que quisessem discursar em homenagem ao Si Gung.

Nosso clã teve os belos discursos dos nossos Si Hing Pereira e Claudio, que falaram dentre muitas coisas, sobre a importância de ele estar ali conosco ele e que devido ao seu trabalho constante em todos esses anos, a Casa da Família Moy Fat Lei, no Méier e o Núcleo Ipanema, que é centro de transmissão da Família Moy Jo Lei Ou, tem seus praticantes.



Assistimos a performances de canto lírico e dança contemporânea das “Si Jeh” Samantha e Fernanda - ambas discípulas da Mestra Senior Ursula Lima e após o jantar, pudemos ouvir o Grão-Mestre.
Ele sempre faz discursos muito marcantes e profundos, mas especialmente esse senti algo muito sensível, vindo do coração mesmo.
Ele mencionou duas coisas que acho que não vou esquecer. Uma tem a ver com seu momento atual de vida e o outro com o momento da coletividade frente a um surto viral:
- Sobre ser humano e não mestre de Kung Fu 24 horas por dia.
- Que a sociedade está doente, com medo e que por isso memo não propaguemos fake news porque prejudicam aqueles que ainda não amadureceram.



Fico muito feliz de ver o quanto a celebração de um ancestral nosso tão importante tem essa riqueza. Dança, mágica, conexão entre todos, reflexões, sabedoria, risadas...
Enfim...
Kung Fu.

Carmen Maris