Parte 01 - Inquéritos imigratórios. 




Já em solo Norte Americano no Aeroporto de Miami, os primeiros sufocos da viagem começaram surgir sem que eu os procurasse.  Tendo escolhido a dedo um voo que me desse tempo adequado para passar na imigração, inspeção de embarque na conexão, e ainda sobrasse tempo para comer algum sanduíche no melhor estilo bomba calórica Yankee, dei a má sorte de cair numa agente de imigração que parecia uma mistura de inquisitora com psicóloga. Vendo a demora com que ela atendia cada pessoa na minha frente na fila, percebi que ela estava realmente muito afim de barrar alguém por algum motivo daquele que ninguém nunca sabe. E tanto que barrou a pessoa na minha frente. Mesmo com incontáveis entradas no país, ela cismou de me fazer perguntas, inusitadas do tipo quem estaria cuidando do meu trabalho enquanto eu estivesse aqui. De tempo de sobra passei quase que no laço no embarque da conexão. Fato que se repetiu de maneira um tanto mais dramática com meu Sihing Thiago Silva, que entrou no avião depois de já terem fechado a porta. Essas horas, o relaxamento de não se enrolar mais com o que não dá pra se enrolar que o Kung Fu proporciona foi crucial tanto para ele, quanto para mim. As situações foram tão extremas que somente quando chegamos em Tampa, mesmo eu, ele e o Marcos Davi só conseguimos finalmente nos encontrar pessoalmente juntando a comitiva finalmente quando desembarcamos, mesmo os três tendo vindo no mesmo voo. 


Parte 02 - Camarão à sintonia.




Chegando em Lakewood Ranch fomos recebidos pela Si Mo que nos acomodou e nos deixou em casa enquanto esperávamos o Si Fu retornar de outro compromisso e assim que ele chegou, começamos uma reunião de sintonia, onde ele anotou criteriosamente cada proposição que levamos para esses cinco dias que ficaremos aqui, enquanto já nos orientava sobre nossas demandas, e durante a reunião, Si Mo nos serviu um camarão com macarrão dos deuses que soterrou completamente minha frustração de não ter tido tempo de comer meu sanduíche no aeroporto. Demos continuidade à conversa degustando a maravilhosa refeição fechando todos os assuntos para essa visita. 


Parte 03 - Missão dada, missão cumprida. 




Um dos principais motivos que motivou essa visita extraordinária tanto da minha parte quanto do meu Sihing Silva, é que também precisávamos abrir uma conta num banco americano para darmos continuidade algumas questões pessoais, como minha vindoura imigração para cá. Chegamos perto do final do expediente bancário com um contrato de locação de um quarto do Si Fu, e os documentos necessários para conseguirmos e mais uma vez a sorte brindou nosso relaxamento e preparação através de sermos recebido por uma simpática senhora que nos atendeu com esmero e prontidão. 


Parte 04 - Mercado e bola na trave.


Combinamos de irmos ao mercados eu e Marcos, enquanto Si Fu e SI Mo assistiam o jogo do Fluminense, com o Silva ficando em casa para trabalhar. E ao chegarmos da rua, notei que o resultado não estava muito favorável. Repomos algumas coisas de cozinha e esperamos o fim do jogo para fazermos a primeira prática do Sistema Ving Tsun coordenada pelos Si Fu, que para nossa sorte, aprendeu zerar suas questões e não descontar com a gente a atuação do seu time.



Parte 05 - A Magia do Mestre.


Subimos para o amplo escritório do Si Fu para a HOI KUEN do Marcos, onde auxiliei o Si Fu demonstrando minha sequência do SIU NIM TAU, recebendo alguns retornos importantes sobre minha execução. Sihing Silva participou apenas assistindo pois ainda estava envolvido com questões laborais. Comecei a prática, mesmo depois desses anos todos como Tutor, com uma certa ansiedade e tensão, enquanto que por duas horas, o Si Fu repassou cada movimento das três partes da listagem com valorosas observações sobre cada movimento através de seu inestimável conhecimento e sua incomparável capacidade de mobilização nos mantendo incrivelmente sintonizados por duas horas de profundas observações técnicas da sua incrível perspectiva sistêmica. A atividade, além de complementar meu Kung Fu de uma maneira muito mais coerente, me deixou muito mais disposto no final que estava no início. E ainda me trouxe um misto de inspiração e assombro, ao me fazer refletir muito sobre minha própria missão de um dia estar cumprindo o papel dele para meus TO DAI. Um desafio que ainda me sinto longe demais de executar com a excelência que ele naturalmente manifesta.






Claudio Teixeira
梅 吉 祖
Moy Kat Jo