O dia mais rápido de todos


Eu acho deslocamentos longos muito chatos, então, sempre que posso, passo a noite anterior a uma viagem em claro, para poder dormir fácil no avião. Depois da celebração, fui para o quarto arrumar as malas junto do Thiago. Ficamos uma meia hora por ali arrumando estratégias de dividir peso. Quando terminamos, ele foi dormir e eu fui escrever.


Num certo momento, comecei a sentir sono. Então, coloquei minha roupa de treino e fui para a academia do hotel. Dei uma corrida e levantei uns pesos e esses momentos são interessantes para mim.

Academia

Durante a corrida, não conseguia parar de pensar na experiência de fazer chi sau com membros de outras famílias, que tive no mo gun de Si Baak Gung Miguel. Voltei pro quarto, tomei banho, arrumei as coisas e dormir.

No dia seguinte, sentamos cedo com o Si Fu para fazer um balanço dos acontecimentos. Estávamos chegando ao fim de duas semanas marcantes.

Fomos de metrô para o aeroporto, mas decidimos fazer um pequeno desvio para conhecer o Vessel Building, em Hudson Yards.

Tiramos fotos maravilhosas, mas acabamos nos atrasando levemente e todo o resto do caminho foi a maior correria.

Monumento

Chegamos no aeroporto, levamos Si Mo e Si Fu no embarque deles e partimos para o nosso terminal. Na hora de embarcar, um anúncio inesperado: todos teriam que estar usando máscara. Deixei Thiago com as malas e corri atrás de algum lugar que vendesse. Comprei duas máscaras descartáveis pela bagatela de 8 dólares cada. Na hora de entrar na fila, abrimos o pacote e fomos vestir as máscaras, que arrebentaram exatamente no mesmo ponto. Só nos coube rir e fazer uma gambiarra que segurasse.

Thiago tinha uma passagem vip e conseguiu embarcar antes, mas eu fiquei em outra fila e demorei mais. Na hora de mostrar passaporte e bilhete, me pediram a caderneta de vacinação contra COVID. Fácil, estava no bolso, eu já tinha precisado mostrar no check-in… só que não estava no bolso, nem em lugar nenhum. A moça disse que eu poderia mostrar pelo celular, mas eu troquei de celular na Black Friday e não tive tempo de baixar todos os apps que uso.

Tentei baixar o ConecteSUS, mas precisei colocar minha senha Apple, que precisei resetar. Enquanto isso, os poucos passageiros que ainda estavam na fila iam embarcando e eu começava a ficar em escassa companhia.

Abri o app e obviamente não lembrava da senha, porque costumo logar com o app do Santander e ainda não estava instalado.

Mesmo que instalasse, teria que validar o app em algum caixa eletrônico do banco, que não seria possível dentro do aeroporto JFK. Já certo de não poder embarcar, tentei duas daquelas senhas padrão, que acabamos usando pra quase tudo e voilà. Abriu, apresentei e pude partir.

Foi um voo ruim. Por algum motivo, não consegui dormir bem. O serviço de bordo era pago, e muito caro, e eu estava simplesmente inquieto com a troca de frequência de não estar na mesma configuração dos últimos 14 dias.

A parte boa é que o incômodo costuma me gerar palavras e eu aproveitei para escrever muito do que está escrito aqui. A viagem para o Rio foi excelente. A aeronave era maior, eu consegui dormir pesado a maior parte do voo e provavelmente estava mais bem-humorado por saber que aquele era o trecho que me deixaria finalmente em casa. Chegamos e meu pai e minha filha já estavam no aeroporto nos aguardando.

Levamos o Thiago no terminal de ônibus do Fundão e fomos para cara. Nesse momento, senti que a viagem tinha acabado.

Só que o vazio abre o espaço para que algo mais possa nascer… e já saímos pensando em como arrumaríamos a 2ª Semana de Imersão

NY


Carlos Antunes
Moy Shan Si
梅 山 士