Primeira parte: Aquecimento



 

Hoje acordamos as sete da manhã e tal como acontecia na Flórida, fomos praticar a céu aberto numa charmosa, porém gélida praça em Oeiras. Onde desafiamos a capacidade de se equilibrar com sono, frio e fome. Executando o dispositivo chamado Gam Gai Duk Lap (金雞獨立), passamos a primeira hora da bela manhã de Lisboa, com apenas um pé no chão e o outro em posição de preparação para chute, enquanto alternávamos essas configurações à medida que percebíamos nosso desequilíbrio. Confesso que talvez esse seja o dispositivo do Sistema Ving Tsun que mais me incomoda, mas me incomodar, ou não não é mais questão sobre o que devo fazer em relação ao meu Kung Fu há muito tempo.


Segunda Parte: Café, caminhada com escalas. 

Na sequência da prática voltamos ao apartamento do Gérson, meu Sidai, para buscarmos a Si Mo para o café da manhã. A escolha do local de refeição não levou em conta nossa cultura de buscarmos locais para nossas refeições que apoiem o fluxo de nossas conversas sempre recheadas de Kung Fu, apesar dos maravilhosos recheios dos mundialmente cobiçados. 

Assim sendo, Gérson nos conduziu à um passeio encantador pelos pólos turísticos da cidade que refez todo meu conceito que tinha por Oeiras. Quando estive aqui na ultima viagem eu realmente sai da localidade com uma errônea impressão que Oeiras era muito menor do que é, e se tratava de uma cidade satélite da capital com função de ser dormitório para esta.

Da melhor maneira possível descobri que Oeiras é um lugar requintado, e como dizem os nativos: giríssimo! Bem servida de belos parques tratados com requinte e bom gosto. Deixando-nos claro para todos os integrantes da comitiva, o potencial deste lugar de ser explorado como mais uma unidade de nossa Instituição 



Parte três: Mesa e tabuleiros.

Almoçamos com uma bela vista para o encontro entre o Rio Tejo e o Oceano Pacífico enquanto aguardávamos o sexto elemento a comitiva chegar. Um praticante que estava até bem pouco sem acesso ao Sistema Tradicional chamado Henrique, e amigo do meu Sihing Silva. Sua chegada afetou imensamente o fluxo do assunto da mesa, pois sua expertise no universo Gamer, que alimentou meu Si Fu com muito saber para apoiar seu compromisso Segunda-feira sobre desenvolver jogos para sua atual obra em composição.

Parte 04: Subindo a ladeira. 

Ao retornarmos para casa de nosso anfitrião, caminhamos por um longo tempo do nível do mar ao nosso destino bem acima deste. Durante esse percursos pude aferir melhor minha capacidade de me localizar em locais desconhecidos, e mesmo ultrapassando a meta de passos deste e do próximo ano, cheguei em casa disposto a mais atividades nessa imersão.


Parte cinco: Apertem os cintos, o Si Fu sumiu.



Havíamos combinado um jantar as dezoito horas na requintada cidade de Cascais, vinte minutos pós Oeiras sentido contrário Centro de Lisboa. Como nosso grupo era de cinco pessoas ( Si Mo não estava se sentindo bem e preferiu ficar em casa), pedimos dois Uberes para o translado da comitiva entre as próximas cidades, e fui apenas um acompanhado apenas do Si Fu em direção ao restaurante. Ao chegar ao local, sem que eu percebessem o motorista do aplicativo parou um tanto a frente do destino, o suficiente para causar a maior baixa da comitiva, meu próprio ego. 

Após algumas décadas de praticante, gafes grotescas como se perder numa comitiva ficaram no passado por uma série de habilidades desenvolvidas través do Kung Fu. E numa altura dessas da minha carreira, perder o Si Fu do campo visual durante uma viagem não deveria mais ser "papel" de um Sihing experiente como eu. Porém foi exatamente o que aconteceu, numa daquelas imperdoáveis cochiladas na atenção que servem de matéria prima para muita vida Kung Fu minha, e dos outros. Encontrei-o na segunda vez que fui ao restaurante e após uma longa  conversa com entre todos, pude identificar o quão ainda me falta uma atenção nos detalhes, e o quanto ainda preciso trabalhar isso em meu processo Kung Fu.


A noite pude refletir com mais calma e me pautar em construir meios mais eficazes de comunicação, mas também aprendi zerar minha vaidade diante à exposição.