Estabilizando as bases
É nosso 5o dia de imersão.
Estamos de fato mergulhados na Vida-Kung Fu, a qual, como esclareceu o Si Fu, tem a prática do Sistema Ving Tsun como parte. Ela não está separada de tudo que essa relação contém.
Ter um Si Fu é ter olhos bem atentos voltados para si. O que quer que seja que favoreça ou atrapalhe a pessoa será visto e trabalhado na relação com ele e minha falta de equilíbrio foi o foco para mim nas práticas da manhã. Estávamos saindo de casa para a caminhada e eis que o Si Fu aparece com…um patinete! Daqueles manuais mesmo.
Fiquei muito insegura. Desde criança não andava naquilo. Assim que pisei foi cruel notar o quanto me falta pegar equilíbrio. Um pé pisa muito diferente do outro, fico desalinhada, com os braços tensionados, tenho que pegar velocidade várias vezes para me manter em pé. Me atrapalho bastante. Isso tudo é exatamente o que me acontece no Sistema e é num exercício assim que o Si Fu me ajuda a desenvolver aquilo que não consigo sozinha.
Outro: a área comum do condomínio de casas tem uns aparelhos fixos daqueles de exercícios que vemos em praças no Rio. Si Fu olhou umas barras e um pequeno banco e nos convidou a fazer o Siu Nim Tau em uma versão em uma perna só alternando os dois lados. Ela exige muito mais equilíbrio que um patinete.
E ficou mais puxado ainda. O Chi Geuk numa plataforma estreita. Esse dispositivo já é em si muito desafiador. Em uma certa altura do chão e com restrição de espaço não dá tempo para brincadeira. O objetivo é manter o equilíbrio conectado com o outro e saber onde se vai pisar.
O que posso dizer é que mais próximo de casa a minha relação com o patinete melhorou muito. Já conseguia relaxar os braços e levar a posição de cada pé com mais leveza e estabilidade. Até consegui controlar melhor a velocidade. Essa é uma das facetas da Vida-Kung Fu e como vale a um(a) Si Fu?
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Carmen Maris
Moy Kat Ming
梅 吉 明
