O bairro da Graça ė um daqueles lugares que você levará no coração pelo resto de sua vida. E quando se está com pessoas que você gosta, isso fica ainda mais claro.
Era final de tarde, quando sentados em convidativas mesinhas num dos muitos "miradouros" , como os portugueses chamam os "mirantes", tomava mais um "abanatado" ouvindo um rapaz português cantando os maiores sucessos de Martinho da Vila num violão sentado na escadaria de uma igreja.
Jovens e adultos conversavam, liam, riam e contavam historias num lugar que parecia ter saído de algum cenário de comedias românticas com Hugh Grant.
Aquele local, em muito me lembrava o fim de tarde que passei com Si Fu, Claudio e a querida Tati Schneider em Montmartre em Paris(FOTO).
Diferente daquela tarde em Paris, nesta em especial, Si Fu(foto) ouvia as considerações finais minhas e dos meus irmãos Kung Fu a respeito do Seminário Internacional que acabara de acontecer numa escola de Brazilian Jiu Jitsu num famoso clube do mesmo bairro.
Muito mais do que ouvir o que achamos ou não achamos, o que concordamos ou deixamos de concordar. Em momentos em que temos essas considerações finais, Si Fu nos ajuda a expandir nossa visão a respeito de um determinado evento. Ele nos proporciona através de observações muito bem pontuadas e assertivas, furos ou confusões em nosso raciocínio, ao ponto de conseguirmos ter muitas outras perspectivas sobre um mesmo assunto.
Eu havia estudado todos os caminhos do Cais do Sodré até aquele clube nos dias que antecederam nossa viagem, e sabia exatamente onde estava quando tirei essa foto a caminho do bairro da Graça . Porem, mais uma vez, com o meu irmão Pablo Valente se juntando ao nosso grupo. Aprendíamos muito mais a cada passo que dávamos do que qualquer um dos "trocentos" guias de viagem que li, seriam capazes de ensinar. E mais uma vez, me veio a cabeça as palavras de Si Fu sobre a importância de se "fazer pontes". Como quando no jantar da noite passada, usava a tradução do nome "Cham Kiu" para falar desse processo de se fazer "pontes" .
Si Fu abriu o workshop com algumas demonstrações para as participantes presentes naquela tarde. Todas elas, mulheres muito animadas e dispostas a aprender algo tão novo. Logo depois, Si Fu passou a condução para mim.
A tarde nesta escola de Jiu Jitsu foi muito importante para mim, pois pude ver como Si Fu rapidamente cativou a atenção dos presentes e também como o mesmo homem tão voltado para questões conceituais mais cedo, conseguia agora realizar movimentos hipnotizantes. Mas foi tambem Si Fu, que disse recentemente que quando o conceito é bom, é mais fácil de se encaixar tudo nele. E como tudo o que diz, baisea-se em suas experiencias de Vida Kung Fu, não surpreende sua capacidade de realização em diferentes perspectivas de uma mesma vida.
Foi no ultimo "Ano do Porco", que tudo começava no Meier através de demonstrações de Si Fu em workshops que eu o assisti.(FOTO). Foram em workshops como o da foto acima, que pessoas como : Guilherme de Farias, Felipe Mury, Rodrigo Demetrio , Rodrigo Moreira, Carla Bastos e tantos outros, começaram sua prática através de um entendimento fundamental sobre o Ving Tsun.
Talvez, doze anos depois, quem poderia dizer que preciosidades em sua versão portuguesa ,como alguns destes nomes que citei, não estivessem presentes neste workshop de hoje? Um dia descobriremos...