As 18:30, aproveitamos a pequena academia do hotel para uma atividade de alinhamento da montagem de aulas do Programa Fundamental, onde sob a orientação direta do Si Fu, pudemos ajustar com excelências os conceitos desse Instrumento do Primeiro Período. É impressionante como o Kung Fu nos possibilita extrair o máximo de nós mesmos nas condições mais adversas. Não havia uma parte do meu corpo que não estivesse doendo da pesada rotina dessa viagem, do dificuldade de lidar com as baixas temperaturas, e do natural cansaço de se dormir bem menos que minha média habitual, assim como não há como negar o quanto é exaustivo esse processo de plena imersão à vida Kung Fu. Mas a relação Si Fu Todai nos ensina extrair da mente todo necessário para transformar qualquer adversidade em eficácia. Após a pesada atividade de elaborar as aulas dentro da lógica proposta pelo Si Fu, fizemos algumas práticas mais intensas ainda mais voltadas para o programa de lutas do mesmo período. Onde mais uma vez tive a oportunidade encarar a "mão pesada" do Si Fu, em inúmeras tentativas infrutíferas de ataque. E ainda praticar com meu Si Hing os mesmo conceitos que o Si Fu explicava.
A mágica de ser praticante de Ving Tsun, é que mesmo no final de uma viagem tão intensa, a única coisa que nos fez parar de praticar foi que o restaurante fechava às 22:30. Nos obrigando interromper meia hora antes desse horário nossas atividades. Durante o jantar, fizemos a devolução do feito ao Si Fu que sobre nos ensinou como extrair do sistema cada dificuldade que pontuávamos. Fechando com muito Kung Fu nossa última refeição à mesa dessa delegação.Essa viagem me ensinou tanta coisa que vou precisar de alguns dias para poder organizar o pensamento e poder narrar com mais riqueza de detalhes. Mas nossa ultima atividade prática me reforçou à idéia do quão a elegância de nossa arte brota de sua precisão cirúrgica para enfrentar com mestria toda imprecisão de como a vida nos leva.
