Dia 04 de Março de 2019 a comitiva teve seu primeiro desencontro, quase que oficial. De fato, após minha decisão de fazer parte dessa viagem, já estava previsto que não chegaríamos juntos em Zurique em função de não termos comprados nossa passagens separadamente, algo sempre questionado pelo Si Fu Júlio Camacho.
Quem me conhece intimamente sabe que sou o tipo de pessoa que não acredita na transcendência formatada em modelos de fé, mas que leva muito à sério minha própria percepção do como o que não vemos age sobre o tangível. Chegamos ao aeroporto com duas horas de antecedência para meu vôo, como recomenda-se a boa norma de viagens, portanto nos despedimos no saguão, descartando a possibilidade de tomarmos café da amanhã juntos, eu partindo para meu vôo solo e Si Fu Júlio Camacho e Si Hing Pereira noutra direção completamente diferente. Porém não vejo como consequência alguma, que mesmo sem termos combinado nada, pois o embarque deles seria uma hora após à minha, que nos reencontrarmos praticamente na mesma fila da área de revista de passageiros, de onde passamos juntos praticamente no mesmo tempo, tornando totalmente viável mais um café da manhã em família.
Fiz minha conexão em Madri onde aproveitei para adiantar ao máximo trabalho referentes da viagem, de maneira estar cada vez mais sintonizado com esse meu ponto fraco que é justamente a preparação. E na sequencia embarquei para Zurique onde aproveitei para compensar as noites de poucas horas de repouso dos dias anteriores. Mas assim como na chegada na Espanha, fui novamente acordado pela turbulência na chegada à Suíça. Confesso que fiquei um pouco frustrado com a baixa intensidade sacolejar, tem gente que prefere pular o Carnaval, eu estava mesmo esperando pra ver o avião "batendo asas", depois que o Si Hing me avisou que pegou uma aterrisagem bem divertida nesse quesito.
Ao pôr os pés no saguão do hotel, olho para direita, e mais um vez, esse dia cuja a marca registrada parece ter sido tais coincidências que não acredito, vejo Si Fu e Si Hing saindo pela porta do elevador. Como se tivéssemos sincronizados tal como um relógio suíço de tanto como a sintonia dessa comitiva mantém-se em alta frequência.
Saímos para jantar num restaurante Mexicano, para dividir entre eu e Si Fu. E tivemos uma longa conversa sobre saúde mental, que foi se desdobrando até chegar em geo-política. Onde eu e Si Fu concordamos e discordamos de vários pontos e abordagens, mas sempre buscando o prisma da perspectiva Kung Fu em todos os temas. Algo que se tornou tão natural, que nem mais se é necessário lembrar-se de que assim que deve ser.
No fim da noite pude perceber claramente, principalmente nessa conversa, que a sintonia do Kung Fu nos possibilita alinhar idéias, valores e culturas divergentes, pois o foco constante na lógica do pensamento do outro na relação Si Fu Todai, cria uma camada fluídica que só enriquece qualquer assunto. Por isso compreendo cada vez quando meu Si Fu usa o termo "sigamos juntos", porque em sintonia com a família, não há riscos de se perder.