(O meu simples café expresso não seguraria o "tranco" naquela manhã. 
Mais uma vez uma latinha de coca-cola me salvou).

Assim que eu acordo, a primeira coisa que faço é colocar alguma música para tocar. Pode ser alguma do Queen, pode ser "Love Missile F1-11"  ou até mesmo "Danken Schoen" ambos da trilha de "Curtindo a Vida Adoidado"(1986). Depende do que quero sentir quando acordo (risos).
Na manhã do dia 16 de Março porém, iniciei o dia já a 100 Km/h tomando café da manhã com meu Dai Ji Cayo Cesar. Muita coisa era necessária para preparar antes da viagem. A minha má administração do tempo, acabou por causar um pequeno atraso que se juntou a uma trapalhada com relação a uma impressão pedida por Si Fu para que eu fizesse.Somado a toda essa correria que me vi, ainda havia marcado de buscar Si Suk Ursula em sua casa. Remarquei o horário com ela 3x e com Si Fu 2x.
Si Fu tem falado muito em "precisão" em tudo o que fazemos. Por conta das constantes mudanças que promovi em nossa programação, ele acabou por ficar sem almoçar, mas eu só saberia disso bem depois...
Quando sai a toda velocidade do Mo Gun no Méier, a única música que passava pela minha cabeça era o tema de abertura da série "Saved by the Bell", uma das minhas preferidas quando era mais novo. (risos)

Tudo aparentemente havia dado certo. Quando me vi sob aquela iluminação azul da área de embarque do Aeroporto Santos Dumont, me lembrei que seria o oitavo avião que pegaria em dezesseis dias. Pouca gente sabe do meu medo de altura, e encostado no balcão do quiosque no qual Si Fu explicava sobre os novos instrumentos do Clã Moy Jo Lei Ou para a Si Suk(FOTO), percebi que durante todos estes dias, por estar focado sempre em outra pessoa e não em minha limitação, pude passar por esse desafio tranquilamente.
Acontece que eu estava almoçando nesse momento, um almoço levado gentilmente pelos meus irmãos Kung Fu Fabiano Granado e Roberto Viana.
Si Fu ao ver o almoço perguntou porquê não haviam levado para ele. Um silêncio pairou no ar. Si Fu ficou nos olhando e repetiu a pergunta. Repetimos mais de uma vez o que estava acontecendo. Somente depois, entrando no corredor que leva até a aeronave, Si Fu disse que por conta das minhas constantes mudanças de horários, ele não havia almoçado.
(Si Fu e Granado no café da manhã de Domingo)

Esta era uma viagem especial também por conta da comitiva que se juntou do Clã Moy Jo Lei Ou. Membros como Rubia,, Carmen e Fabiano Granado participavam deste evento pela primeira vez. Com relação a Fabiano, também era a primeira vez que pegava um avião em sua vida: "Não consegui dormir essa noite." - Disse ele.

Quando chegamos em Congonhas Rubia Souza, Maria Alice e Carmen Maris nos encontraram. Caminhamos juntos até o hotel do outro lado da Avenida. A proximidade entre o hotel e o aeroporto sempre é um ponto positivo em viagens de tiro-curto. Tanto é, que Si Fu contou a Carmen sobre o hotel da Polônia enquanto atravessávamos a passarela.
Tomamos um Uber, e depois de eu explicar para Si Fu na viagem a razão de "Capitã Marvel" ser um filme tão ruim, com Rubia quase me jogando do carro, chegamos ao belíssimo China Garden.
Rubia emocionou-se ao perceber onde estava e de qual evento se tratava: "Nunca me imaginei num lugar assim." - Confessou ela no café da manhã do dia seguinte com os olhos marejados.
De minha parte, foi interessante observar Si Fu atuando na organização da Cerimônia de titulação que aconteceria em breve. (FOTO)
Si Fu foi o "Mestre de Cerimônias" do evento que titulou o gênio Fabio Campi , a dedicada discípula Maria Cristina e o médico Paulinho Camiz como Mestres Classe Qualificado.
Observei atentamente como Si Fu conduzia a Cerimônia ao microfone. Tentei prestar atenção a como ele usava o texto como um direcionamento e não como algo que o prendesse. Ele precisava ser autêntico, seguir o que estava no texto por conta da preferência de seu próprio Si Fu, não roubar a atenção da Cerimônia para ele, mas trazer o envolvimento da audiência.
Eu procurava curtir o ambiente. Sabe, é muito bom estar num evento de Kung Fu sem que eu seja o organizador às vezes..risos. Mas minha falta de atenção devido ao excesso de relaxamento custou caro. Si Fu que havia se alimentado mal, mal pôde comer pois levantava-se e sentava-se à todo o momento ajudando seu Si Hing Nataniel Rosa. Não percebi que não havia um Won para ele onde pudesse colocar a sopa que serviram na mesa em que estava. Logo sopa, que é seu prato favorito.
Sobre a comida, estava tudo delicioso, mas não consegui não pensar na Si Suk Ming. Senti sua falta no evento, principalmente à cada prato que serviam. Sua participação decisiva nos eventos dos anos anteriores no mesmo restaurante, garantiam "combos" maravilhosos de comidas típicas cantonesas adequadas à cada ocasião.
Por isso, refleti sobre o quanto uma pessoa pode dar diferença. Talvez Si Suk Ming nunca saiba o quanto me tocava a maneira rápida e certeira que preparava tudo, e sua perspicácia e conhecimento na escolha dos pratos.
 Em 2003, também no aniversário de Si Gung, tinha meus dezenove anos de idade, usava um aparelho de dentes e vestia smoking com aquela cara de bobo que eu tinha. No meu bolso, uma nota de 1 Real. Quando Issao Imamura perguntou quem da plateia queria ir ao palco para que ele tranformasse uma nota de 1 Real em uma de 10,Si Suk Diego muito mais extrovertido do que eu naquela época, me empurrou em direção ao palco e quando Issao me viu disse: "Você? Opa! Sobe aqui no palco!" - Voltei para o quarto com 10 reais e comprei um chokito.
Mais de quinze anos depois, quando Issao Imamura chamou dois voluntários ao palco. Me vi na obrigação de fazer o mesmo com Fabiano Granado! Desta vez, ele era o cara tímido, e tenho certeza que assim como para mim daquela vez, esta foi uma experiência marcante para ele também!
Espero que a tradição de jogar irmãos Kung Fu ao palco num chamado do Issao prossiga!
Desse aniversário de Si Gung, ficarão muitas coisas. Porém, prefiro guardar essa imagem: A minha preferida! Um registro único de uma comitiva que começa a mudar de cara. Uma comitiva que tem o potencial de ressignificar o jeito de caras mais antigos como eu, de fazer as coisas na Família Moy Jo Lei Ou. E esse potencial transformador, é o que quero guardar deste dia. Pois nunca sabemos, como uma ação nossa, pode se desdobrar nos corações das pessoas ao nosso redor, ou daquelas que nem ao menos conhecemos ainda. Sigamos juntos!